Por que as pessoas não conseguem guardar dinheiro?
- Alexandre Santiago
- 30 de mai.
- 3 min de leitura

Inicialmente, é compreensível que pessoas com um salário mínimo enfrentem dificuldades em guardar dinheiro, dado o custo de vida crescente no Brasil, onde itens básicos como alimentos e moradia têm preços elevados.
No entanto, a fontes destacam que o problema se estende a indivíduos que ganham salários significativamente maiores (10, 20, 30 salários mínimos ou mais), e ainda assim, muitos se encontram endividados. Uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio menciona que quase 3/4 das famílias brasileiras estão endividadas.
A fonte sugere que a razão por trás dessa dificuldade, especialmente para quem ganha mais, está relacionada a alguns pontos-chave:
Não entender a diferença entre renda ativa e renda passiva ao consumir: A renda ativa é aquela proveniente do trabalho, enquanto a renda passiva vem de investimentos ou negócios que geram dinheiro sem depender diretamente do seu esforço contínuo.
Comprar passivos achando que são ativos: Citando um conceito do livro "Pai Rico Pai Pobre", a fonte explica que ricos compram ativos (que geram dinheiro), a classe média compra passivos achando que são ativos, e pobres só têm despesas. Um exemplo clássico dessa "armadilha" é trocar um carro antigo por um mais caro (um Gol por um Corolla, no exemplo dado). Embora contabilmente possa ser visto como um bem, na prática, um carro mais caro gera custos de manutenção mais altos (IPVA, combustível, seguro, estacionamento, peças de reposição), e essas despesas não param de tirar dinheiro do bolso da pessoa, cuja renda ativa permanece a mesma.
Aumentar o padrão de vida baseado unicamente na renda ativa: As pessoas trabalham mais, ganham mais, e usam esse aumento de renda ativa para comprar coisas que geram mais custos de manutenção, elevando seu padrão de vida. A recomendação é aumentar o padrão de vida apenas quando se tem renda passiva gerada por investimentos ou negócios, e não antes, quando o próprio trabalho tem que bancar esse custo maior.
Estagnação ou queda da renda ativa com a idade: Uma hora, a renda ativa tende a estagnar ou diminuir, o que pode acontecer com a idade. Se a pessoa já tem um padrão de vida elevado e caro, e a renda diminui ou para de crescer, fica "tremendamente complicado" reduzir esse padrão. Com a renda caindo e o custo alto, a situação de endividamento se instala, especialmente em um país com crédito caro.
Falta de conhecimento ou desânimo com investimentos: Muitas pessoas que ganham mais não sabem investir e pensam que investimento é apenas poupança, percebendo que a poupança perde para a inflação e concluindo que não vale a pena investir. O desânimo também pode ocorrer no começo, quando os montantes investidos são pequenos e os retornos parecem insignificantes. É importante pensar em anos, não em meses, para ver o crescimento, um exemplo numérico o poder dos juros compostos e a vantagem de começar a investir mais cedo, mesmo com valores menores, em comparação a quem espera para começar com mais dinheiro. A falta de conhecimento pode ser superada aprendendo sozinho ou buscando cursos/mentorias.
Para combater essas dificuldades e organizar as finanças, um método de orçamento onde parte do que se ganha é destinado imediatamente para investimentos, antes mesmo de pensar nas despesas. Essa sugestão de orçamento aloca percentuais da renda para diferentes áreas: 15% para liberdade financeira (investimentos), 10% para estabilidade (reserva de emergência), 55% para necessidades básicas, 10% para lazer e 10% para educação. O princípio é que uma parte do que se ganha não pertence à pessoa no presente, mas sim ao "eu do futuro", e deve ser investida assim que o dinheiro cai na conta. Seguir um orçamento definido e investir consistentemente, tratando qualquer renda extra como pertencente ao "eu do futuro", ajuda na formação de patrimônio.
Exemplo para um orçamento de renda de 5 mil reais por mês:

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